BIOLOGIA EVOLUTIVA


Leia atentamente os textos 01 e 02 e, em seguida, assinale a assertiva correta.

Texto 01

O tema especiação e seus mecanismos, essencialmente, busca responder quais teorias foram elaboradas ao longo do tempo sobre como surgiu a diversidade biológica. A tentativa de elucidar a origem das espécies e a maneira pela qual elas se formam são os principais questionamentos dos biólogos evolucionistas (Regner, 2001; Wilkins, 23 dez. 2005). Essa foi a imprescindível pergunta que Charles Darwin (1859) sustentou ao longo de mais de vinte anos em busca do mistério dos mistérios, a origem de novos seres no planeta. A maior característica da história da vida é o legado de constante mudança, ainda que as espécies apresentem aspecto aparentemente estável. Incontáveis tipos de forma de vida, entre plantas, animais e outros organismos, têm surgido e desaparecido, às vezes deixando indícios de sua existência em registros fósseis. Muitos desses, ainda que nem todos, possuem descendentes atuais que apresentam semelhança com seus ancestrais já extintos (Hickman, Roberts, Larson, 2001). As espécies têm sua origem na multiplicação de outras mais antigas que ocorre durante o processo evolutivo e sobrevivem por períodos variáveis de tempo. Nessa fase, elas podem ou não deixar descendentes e, então, se extinguem (Brown, Lomolino, 2006). O nascimento e a morte dos indivíduos em si são eventos distintos, facilmente reconhecíveis, mas com frequência é difícil admitir quando uma espécie está plenamente formada ou completamente extinta. 

Fonte: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v20n4/0104-5970-hcsm-20-04-01671.pdf. Acesso em: 22 nov.2016.

Texto 02

Nada mais fácil que analisar mentalmente e procurar dar a uma espécie superioridade sobre uma outra; mas na realidade, é mais provável que não soubéssemos como agir. Isso seria suficiente apenas para nos convencer de nossa ignorância acerca das relações afins que existem entre os seres organizados; é uma verdade que nos é tão necessária quanto difícil de compreender. O máximo que podemos fazer é nos lembrar a todo instante de que os seres organizados se empenham incessantemente em multiplicar-se, seguindo uma progressão geométrica; cada indivíduo, em algumas fases da vida, durante determinadas estações do ano, no decurso de cada geração ou em certos intervalos, deve lutar pela sobrevivência e permanecer exposto à destruição. O simples fato de pensar nesta luta universal provoca tristes reflexões; todavia, podemos nos consolar com a certeza de que a luta não é incessante na natureza, que o medo é desconhecido, que a morte está geralmente pronta e que os seres vigorosos, sadios e afortunados sobreviverão e se multiplicarão. 

Considerando os textos acima, responda ao questionamento: introduziu o termo seleção natural para permitir a ideia de que a natureza exerce a seleção mais ou menos como um criador de animais, quando deseja melhorar uma linhagem de animais domésticos. O criador seleciona para pais da geração seguinte, os indivíduos que possuam qualidades por ele desejadas para tal linhagem. Ao mesmo tempo, evita a reprodução dos indivíduos que não possuam as qualidades desejadas. Esta seleção atua provocando a morte diferencial de indivíduos de uma dada população, ou seja, os indivíduos mais adaptados têm maior probabilidade de sobrevivência do que os menos adaptados?


Thomas Robert Malthus.


Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet, Chevalier de Lamarck.


Charles Robert Darwin.


Jacques-Yves Cousteau.


Gregor Michael Mendel.

Seleção sexual

A seleção sexual teve um papel importante e coerente para a teoria na sua globalidade. Mostrando os limites de ação da seleção natural, abria-se uma interpretação mais ampla do mecanismo seletivo em geral: a evolução não seleciona tanto uma espécie por sua capacidade de sobreviver quanto por seu sucesso reprodutivo. Quanto mais descendência tem um macho, mais chances ele terá de transmitir seu patrimônio genético.

Considerando as informações do texto acima, analise as afirmações:

I) A seleção sexual, segundo Darwin, não depende da luta pela sobrevivência, mas da luta entre os indivíduos de um sexo, geralmente os machos, para assegurarem-se da posse do outro sexo. Essa luta não termina pela morte do vencido, mas pela privação ou pela pequena quantidade de descendentes.

II) A seleção sexual é menos rigorosa do que a seleção natural. Geralmente, os machos mais vigorosos, ou seja, aqueles que são mais aptos a ocupar seu lugar na natureza, deixam maior número de descendentes.

III) Para Darwin, a seleção sexual que ocorre, por exemplo, nos tigres, ilustra a luta pela sobrevivência, que inclui uma luta constante pela posse dos machos.

IV) As espécies não são imutáveis, elas sofrem modificações, ou adaptações, ao longo do tempo, ou seja, Darwin afirmou que a evolução é um fato histórico. O agente que produz as modificações é a seleção natural.

As afirmações CORRETAS estão contidas em:


I e IV, apenas.


I, II e III, apenas.


I, II e IV, apenas.


I, II, III e IV.


II e IV, apenas.

A primeira teoria geral da evolução foi proposta por Jean Baptiste de Lamarck (1744 – 1829), anatomista e estudante da sistemática. Sua teoria baseou-se em duas suposições. A primeira suposição é conhecida por Lei do uso e desuso: segundo essa lei, o uso frequente e contínuo de qualquer órgão o desenvolve e aumenta, ao passo que seu desuso permanente o enfraquece até, finalmente desaparecer; todas as aquisições ou perdas são causadas por influência do ambiente e, a partir daí, pelo uso ou desuso, são conservadas pela reprodução. Na segunda, conhecida como Lei da herança dos caracteres adquiridos, Lamarck postula que:


as alterações provocadas num órgão pelo uso ou desuso nunca são transmitidas aos descendentes. 


somente as alterações provocadas num órgão pelo desuso são transmitidas aos descendentes. 


as alterações provocadas num órgão pelo uso ou desuso são transmitidas aos descendentes. 


as alterações provocadas num órgão pelo uso ou desuso somente são transmitidas aos descendentes da primeira geração. 


somente as alterações provocadas num órgão pelo uso são transmitidas aos descendentes. 

No ano de 2009 comemorou-se os 150 anos da publicação do livro A origem das espécies, do naturalista inglês, metódico e laborioso, Charles Robert Darwin (VIDE Figura), que expôs em sua obra, suas ideias a respeito do mecanismo de transformação das espécies. 

Figura: Charles Darwin.

Pode-se afirmar que verdadeiramente a história da Biologia evolutiva principiou-se com o Charles Darwin, porque o pesquisador:


propôs a evolução por meio da seleção natural, fenômeno admitido como uma consequência da luta pela vida, através do qual a natureza faria a seleção de alguns tipos, os mais adaptados às condições ambientais, em detrimento de outros, que tenderiam à extinção.


designa de modo geral o estudo sobre a origem da vida a partir de matéria não viva. Charles Darwin fez distinções entre diferentes ideias ou hipóteses as quais o termo pode ser atribuído, a partir de reações em compostos orgânicos originados abioticamente.


provou que, dentro de determinadas condições, as frequências alélicas permanecerão constantes ao passar das gerações. Independentemente de um gene ser raro ou frequente, sua frequência permanecerá a mesma com relação aos outros desde que essas condições sejam mantidas.


foi o primeiro cientista a afirmar que o uso frequente e contínuo de qualquer órgão o desenvolve e aumenta, ao passo que seu desuso permanente o enfraquece até, finalmente desaparecer.


provou, experimentalmente que as alterações provocadas num órgão pelo uso ou desuso são transmitidas aos descendentes.

Analise atentamente o texto abaixo e as Figuras I, II e III e, em seguida, assinale a alternativa CORRETA.

Até meados do século XIX, a maior parte das pessoas via tantos os humanos como os chimpanzés como seres que mantinham, sem qualquer mudança, as formas com as quais haviam surgido. Essas formas seriam também aquelas com as quais permaneceriam para sempre. Essa era uma visão de mundo na qual a permanência era a regra e, por isso, era denominada “fixismo”. Além de supor que as espécies são imutáveis, a visão fixista crê num Deus criador, o qual teria originado o mundo tal como nós o vemos hoje; seu relevo, as plantas e os animais que o habitam, inclusive a própria espécie humana. Esse evento de criação teria ocorrido há poucos milênios. O arcebispo James Ussher, em 1664, baseando-se em leituras do Antigo Testamento, proclamou que a Terra teria exatamente 5.668 anos de idade (e até precisou o dia da Criação: 26 de Outubro de 4004 a. C., às 9h da manhã).

Fonte: MEYER, Diogo; EL-HANI, Charbel N. Evolução: o sentido da Biologia. São Paulo: UNESP, 2005.

Ninguém deve impressionar-se por ainda haver pontos obscuros em relação à origem das espécies e das variedades, se refletirmos acerca de tudo que tenha ligação com as relações recíprocas dos inúmeros seres que vivem ao nosso redor. 

A partir desse contexto, das informações do texto acima e de seus estudos do Capítulo: As chaves da vida, aclaro que nas Figuras (VIDE Figuras I, II e III), as esferas representam as espécies e as alterações de cores representam a aquisição de novas características ao longo do tempo.

                                 

Fonte: Imagem adaptada de: MEYER, Diogo; EL-HANI, Charbel N. Evolução: o sentido da Biologia. São Paulo: UNESP, 2005.

Em relação as representações simbólicas das Figuras I, II e III, pode-se afirmar que representam, respectivamente, a Teoria Fixista (Criacionista), Transformista (Jean Baptiste de Lamarck) e a Darwinista (Charles Darwin):


III, II e I


II, I e III


II, III e I


I, II e III


III, I e II

“Aristóteles – e não foi a primeira vez – estava certo. As hienas fêmeas são virtualmente indistinguíveis dos machos. Seu clitóris, alongado e aumentado, é um órgão do mesmo tamanho, forma e posicionamento do pênis do macho. Também pode ter ereção. Seus grandes lábios viram-se para cima e fundem-se, tomando a forma de um falso escroto, que não é visivelmente diferente, em seu aspecto, do verdadeiro escroto dos machos. Contém até um tecido adiposo formando duas intumescências confundíveis com testículos. Os autores do mais recente trabalho sobre as hienas-pintadas acharam a aparência dos machos tão próxima à das fêmeas que o sexo só podia ser determinado com certeza pela ‘apalpação’ do escroto. Com esse teste era possível perceber testículos no escroto do macho, em comparação com o tecido adiposo e mole encontrado no falso escroto das fêmeas.”

Fonte: GOULD, Stephen Jay. A galinha e seus dentes e outras reflexões sobre história natural. Stephen Jay Gould; tradução David Dana. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

A teoria do filósofo grego Aristóteles foi aceita universalmente e perdurou por cerca de 2000 anos. Para a visão aristotélica:


a evolução das hienas fêmeas nos permite investigar como acontecem as mudanças nos seres vivos, apesar de ser ainda um conceito litigioso em nossa sociedade fora da comunidade científica.


o falso escroto das hienas-pintadas são causadas por influência do ambiente e, a partir daí, pelo uso ou desuso, são conservadas pela reprodução.


existe uma gradação completa na natureza. O estágio mais abaixo é o inorgânico. O mundo orgânico surgiu do inorgânico por metamorfose direta.


as hienas fêmeas são virtualmente indistinguíveis dos machos porque os genes, de modo positivo ou negativo, evoluem a uma taxa que é mutável.


poderia ter ocorrido a alteração na sequência de bases de DNA, exatamente no segmento dos cromossomos das células germinativas que contêm os genes, originando a forma de um falso escroto nas hienas fêmeas.

Quando falamos em “evolução”, temos em mente a afirmação de que as espécies se transformam ao longo do tempo. Essa é, de fato, a ideia central da visão de mundo evolutiva, quando aplicada à Biologia.

Entretanto, ao lado dessa ideia básica, a contribuição de Darwin (cf. Figura) abrange outras ideias muito importantes. Na verdade, o que chamamos de “teoria darwinista da evolução” é um conjunto de teorias inter-relacionadas. Essas diferentes teorias remetem a diferentes aspectos do processo evolutivo, dos quais alguns são ainda hoje foco de pesquisa e discussão entre cientistas.

Fonte: MEYER, Diogo; EL-HANI, Charbel N. Evolução: o sentido da Biologia. São Paulo: UNESP, 2005.

Figura: Charles Robert Darwin.

Fonte: Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/45/Charles_Darwin_1880.jpg. Acesso em: 06 out.2016.

A partir das informações do texto e das evidências da teoria de Darwin, podemos afirmar que a evolução das espécies pode ser resumida na seguinte frase:


Os organismos mais simples são transmutados com o tempo. Charles Darwin defendia a geração espontânea contínua das espécies.


O ambiente “forçaria” os seres vivos a modificar seus hábitos alimentares, e essa mudança resultaria em uma alteração dos padrões de uso e desuso de órgãos.


As linhagens de organismos podem mudar gradualmente com o passar de muitas gerações, à medida que a prole herda estruturas que se tornam maiores e mais altamente desenvolvidas como resultado do uso continuado ou, contrariamente, tornam-se menores e menos desenvolvidas como resultado da falta de uso.


A geração espontânea origina um conjunto de seres vivos, aumentando a diversidade de formas vivas, sob a influência do ambiente.


As espécies não são imutáveis, elas sofrem modificações, ou adaptações, ao longo do tempo e o agente que produz as modificações é a seleção natural.

Ao contrário da imaginação, criada pelo folclore, a cabeça dessa mulher (Vide Figura) não cai quando os colares são retirados, tanto que ela costuma tirar o colar para se lavar; o pescoço continua rijo e pode quebrar-se se for virado subitamente. Segundo estudiosos da Universidade de Chiang Mai, na Tailândia, não é o pescoço que cresce, mas os ombros que descem – a clavícula vai cedendo com o peso dos aros. Dessa maneira, quatro vértebras torácicas passam a integrar a estrutura do pescoço. De origem africana, ainda que em menor número hoje em dia, a explicação desse hábito na Ásia tem várias interpretações lendárias.

Detalhe: elas são chamadas de mulheres-girafas não só pelo tamanho do pescoço, mas também pelo andar característico, extremamente altivo, provocado pelo uso e pelo peso do colar.

Disponível em: http://www.iplay.com.br/Imagens/Divertidas/04H4/Crianca_Tailandesa_Com_Argolas_No_Pescoco_Aprendendo_Desde_Pequena_A_Ser_Uma_Mulher_GirafaAcesso em: 24 mar.2017.

Figura: Mulher-girafa.

Fonte: Disponível em: http://fotosdochongas.wordpress.com/2007/03/15/fotos-incriveis-de-mulheres-girafas-na-tailandia/. Acesso em: 24 mar.2017.

Essas afirmações resumem, em poucas palavras, a:


Teoria de Lamarck.


Teoria de Wallace.


Teoria de Hardy-Weinberg.


Teoria de Mendel.


Teoria de Darwin.

Leia o texto a seguir.

[...] as aves eram originalmente terrestres. Uma ave terrestre, procurando alimento na água, abriria os dedos para golpear a água ao mover-se. A pele, na base dos dedos, estaria sendo continuamente esticadas e os movimentos musculares das pernas provocariam maior fluxo de sangue aos pés. Em consequência, a pele cresceria como palmouras entre os dedos, como nos patos, pelicanos e outras aves aquáticas [...].

A respeito dessas informações, é correto afirmar que trata-se de um exemplo da:


teoria lamarckiana.


teoria da endossimbiose.


teoria mendeliana.


teoria darwiniana.


teoria da geração espontânea.

A biogeografia oferecia amplo panorama de fatos e padrões característicos dos seres vivos. Bastava examinar os dados biogeográficos, para se notar o enigmático padrão de agrupamento entre o que chamou de espécies - estreitamente aliadas - ou seja, criaturas similares que partilham mais ou menos da mesma configuração corporal. Essas espécies estreitamente aliadas costumam ser encontradas no mesmo continente (várias espécies de zebra na África) ou no mesmo grupo de ilhas oceânicas (dezenas de espécies da ave drepanidídea no Havaí, 13 espécies de tentilhão em Galápagos), a despeito das preferências de cada uma por determinado habitat, fonte de alimento ou condição climática. Áreas adjacentes da América do Sul, observou Darwin, são ocupadas por duas espécies similares de grandes aves não-voadoras (as emas Rhea americana e Pterocnemia pennata), e não por avestruzes, como na África, ou por casuares, na Austrália. Na América do Sul também são encontradas cutias (pequenos roedores) em habitats terrestres, assim como capivaras em áreas úmidas.

A respeito dessa temática, avalie as afirmações a seguir.

I) Nas Galápagos, a ausência de outras espécies competidoras e a variedade de alimentos e habitats, permitiram aos tentilhões, originalmente comedoras de sementes, uma diversificação no tamanho, na forma do bico e no hábito alimentar.

II) Nas ilhas Galápagos, Darwin recolheu algumas pequenas aves, sem nada de excepcional, exceto por seu bico, de vários tamanhos e formas. Ao examiná-las na Inglaterra, o ornitólogo John Gould afirmou serem - tentilhões-de-solo -, mais de uma dezena de espécies, até então, desconhecidas.

III) As ilhas Galápagos erguem seus perfis desolados, no Oceano Pacífico, mil quilômetros a oeste do Equador e de um e outro lado da linha equatorial.

Está correto o que se afirma em:


II e III, apenas.


I e II, apenas.


I, II e III.


I e III, apenas.


II, apenas.

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