HISTÓRIA GERAL DA EDUCAÇÃO


Leia, com atenção, os textos a seguir.

 

Texto I

Admite-se que todos os homens, independentemente de sua condição social, são capazes de transformar as circunstancias de vida social, quando organizados, informados e conscientes do que é melhor para a coletividade. Assim, o ensino é um dos mais importantes instrumentos de que a sociedade dispõe para preparar o homem como agente de transformações. O ensino é, portanto, o instrumento que permite ao aluno conhecer a realidade que o circunda e preparar-se para atuar sobre ela de modo criativo e competente (CRUZ, 2010).

 

Texto II

A capacidade crítica se adquire com permanente olhar dedicado aos deslocamentos da vida social, cuja consciência histórica deve ser trazida à visão do aluno, não importando se o curso seja de matemática, biologia, fisica ou geografia, de se sociologia ou de psicologia. Ciências naturais e ciências humanas estão envolvidas num mesmo grande ambiente de produção de condições de possibilidade da vida humana: a sociedade.

 

(BITTAR, Eduardo C. B. A escola como espaço de emancipação dos sujeitos. Disponível em: http://www.dhnet.org.br/dados/cursos/edh/redh/04/4_1_bittar_escola.pdf. Acesso em fev. 2018)

Da relação entre os textos, é CORRETO inferir que:


o ensino torna os indivíduos capazes de questionar, criticar e transformar de modo criativo e competente a realidade social e política em que se encontram inseridos.


o aluno só pode ser considerado competente quando consegue instrumentalizar os conteúdos disciplinares transmitidos pela escola.


o ensino encontra-se limitado ao plano da reprodução de conteúdos e, por isso, não se constitui como instrumetno capaz de promover mudanças sociais significativas.


a natureza instrutiva da escola limita o papel social que lhe é inerente, invializando qualquer trabalho de transformação da realidade política e social.


o ensino é um instrumento importante somente quando os alunos apresentam domínio pleno dos conteúdos curriculares básicos.

A educação iluminista, fortalecida pela tendência liberal e laica, apontava caminhos liberais e progressistas. Nesse contexto, a pedagogia rousseauniana destacou-se pela centralização do interesse pedagógico no aluno com o objetivo de formar o homem como um sujeito livre e autônomo. Isto posto, julgue os itens a seguir.

 

I Rousseau criticava os costumes aristocráticos, recusava o intelectualismo e defendia uma educação afastada do artificialismo das convenções sociais.

II Rousseau defendia uma pedagogia positiva, baseada na imposição da autoridade do professor, na obediência e na reprodução dos conhecimentos historicamente produzidos e acumulados.

III Rousseau não valorizava o conhecimento transmitido e queria que a criança aprendesse a pensar, não como um processo que vem de fora, mas como desenvolvimento interno e natural.

 

Está CORRETO o que se afirma em:


II, apenas.


II e III.


I e III.


I e II.


I, apenas.

Segundo Garin (1994, p. 11), “de uma forma inteiramente inédita, os humanistas, entre os séculos XV e XVI, criaram uma nova forma de entender a realidade. Magia e ciência, poesia e filosofia misturavam-se e auxiliavam-se, numa sociedade atravessada por inquietações religiosas e por exigências práticas de todo gênero". A respeito do pensamento pedagógico renascentista, assinale a alternativa CORRETA.


A ruptura com a concepção antropocêntrica fortaleceu o pensamento contemplativo escolástico, reafirmando a prioridade do conhecimento da natureza de Deus.


A mistura de diferentes conhecimentos levou a pedagogia renascentista a fortalecer os dogmas cristãos, destacando a religiosidade como dimensão fundamental na educação do homem.


Inspirado nos ideais da Antiguidade Clássica, o Renascimento exerceu influência direta na educação que passou a valorizar a razão e imprimiu uma nova relação com o conhecimento e o entendimento do mundo.


A ruptura com o mundo greco-romano e o distanciamento do homem fortaleceram a influência da religiosidade na organização da educação e das práticas pedagógicas.


A pedagogia humanista implicou o total abandono da existência de Deus nas artes e na ciência, libertando o homem para conhecer a natureza e a sociedade.

Na Antiguidade romana, a agricultura, a guerra e a política constituíam o programa de ensino que um romano nobre deveria realizar. A educação que os aristocráticos patrícios (proprietários rurais e guerreiros) recebiam tinha por objetivo perpetuar os valores da nobreza de sangue e cultuar seus ancestrais. Ainda com um caráter primário, a aprendizagem se dava a partir de valores morais e disciplinares, centrada na formação do caráter do indivíduo com base em métodos de imitação, ensinados pela própria família, já que o Estado não assumia essa tarefa.

 

Sobre a educação no período heroico-patrício, analise as afirmativas abaixo, classificando-as em (V) verdadeiras ou (F) falsas.

 

( ) Até os sete anos as crianças de ambos os sexos permaneciam sob os cuidados da mãe ou de outra matrona, “mulher respeitável”.

( ) As práticas de ensino na Roma heroico-patrícia privilegiavam a leitura, a escrita e a reflexão filosófica, tendo em vista a contemplação intelectual e teorização do mundo.

( ) A educação de meninos e meninas diferenciava-se em função da manutenção dos valores da nobreza de sangue perpetuados em uma estrutura social paterfamiliar.

( ) A formação moral dos meninos baseava-se na vivência cotidiana e imitação dos modelos representados pelo pai e pelos antepassados.

( ) A formação intelectual dos jovens ocupava um lugar privilegiado e, somente em condição de guerra, os meninos eram encaminhados à função militar.

 

Assinale a sequência CORRETA.


V, V, F, F, V.


V, F, V, V, F.


F, F, V, V, V.


F, V, F, F, V.


V, V, F, F. F.

Segundo o historiador grego Tucídides (século V a.C.), Atenas foi a “escola de toda a Grécia”. De fato, a concepção ateniense de Estado fez surgir a figura do cidadão da pólis. Ao lado dos cuidados com a educação física, destacava-se, neste contexto, a formação intelectual como propedêutico indispensável para o exercício da vida pública e política. Sobre a educação na Antiguidade grega, julgue as alternativas abaixo, classificando-as em (V) verdadeiras ou (F) falsas.

 

( ) A educação se iniciava aos 7 anos de idade, com acesso igualitário para meninos e meninas que, nas escolas da cidade, tinham acesso ao patrimônio intelectual produzido pelos filósofos.

( ) A criança do sexo feminino permanecia no gineceu, local da casa onde as mulheres se dedicavam aos afazeres domésticos, menos importantes, em um mundo essencialmente masculino.

( ) O ensino elementar de leitura e escrita, era, neste período, extremamente valorizado e o mestre de letras, sempre uma pessoa da elite muito bem remunerada, ocupava-se da formação básica de meninos e meninas.

( ) Dos 16 aos 18 anos, a educação assumia uma dimensão cívica de preparação militar, instituição que se desenvolveu por volta de século IV a.C.

( ) A pedagogia grega, voltada ao cultivo da vida espiritual, igualava todos os cidadãos preparando-os para os cuidados com o corpo, para o exercício da filosofia e para a prática pública da cidadania.

 

Assinale a sequência CORRETA:


V, F, V, F, F.


F, F, V, V, F.


F, V, F, V, V.


V, F, F, V, F.


F, V, V, F, F.

Com o desenvolvimento da técnica e dos ofícios especializados, deu-se o incremento da agricultura, do pastoreio e do comércio de excedentes. A sociedade tornou-se mais complexa, pela rígida divisão de classes, pela religião organizada e pelo Estado centralizador. Assim, as primeiras civilizações, surgidas no norte da África e na Ásia, distinguiram-se das comunidades tribais por representarem a transição de um modelo social igualitário para uma sociedade de classes.

 

Sobre a estrutura social das civilizações da Antiguidade Oriental, é CORRETO afirmar que:


a divisão da sociedade em classes não interferiu na organização do trabalho e participação coletiva da produção agrícola.


a administração burocrática do Estado controlava a produção agrícola, arrecadava impostos e recrutava mão-de-obra para a construção dos templos e prédios públicos.


o Estado, cada vez mais centralizador, reprimiu a influência exercida pela religião, forçando uma separação entre o poder religioso e o poder político.


a existência de um Estado burocrático garantiu que a organização da sociedade se baseasse numa estrutura de relações homogêneas e igualitárias.


a complexa organização das civilizações orientais relegou à religião um lugar marginal, sem status social e sem autoridade no contexto do poder político.

Quando as sociedades se tornaram mais complexas, vimos que a divisão se instalou nelas: as mulheres, confinadas no lar, passaram a ser dependentes dos homens, os segmentos sociais se especializaram entre governantes, mercadores, produtores e escravos, criando-se uma hierarquia de riqueza e poder.

 

(ARANHA, M. L. A. História da Educação e da Pedagogia: Geral e do Brasil, São Paulo: Moderna, 2006, p. 45).


O texto acima nos apresenta um breve relato sobre a configuração das sociedades na Antiguidade Oriental. Partindo da leitura, é CORRETO inferir que: 


a complexidade da vida social nas civilizações da Antiguidade Oriental fez surgir um modelo de organização igualitária entre pessoas, desconstruindo as hierarquias de poder e riquezas.


na Antiguidade Oriental as mulheres passaram a ocupar lugar de destaque na sociedade, ingressando nos cargos políticos e religiosos.


assim como nas comunidades tribais, nas sociedades da Antiguidade Oriental não existe divisão de classes e todas as pessoas possuem os mesmos direitos políticos.


a segmentação da sociedade na Antiguidade Oriental fez surgir uma pequena classe de privilegiados em prejuízo de uma grande massa de pessoas que não tinham acesso aos direitos políticos e à educação.


a hierarquização das sociedades da Antiguidade Oriental em governantes, mercadores, produtores e escravos não impedia que todos tivessem o mesmo acesso ao saber.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental “o ensino e a aprendizagem da história envolvem uma distinção básica entre o saber histórico [...] e o saber histórico escolar” (PCNEF, 1996, p. 29).

 

A respeito do saber histórico e do saber histórico escolar, assinale a alternativa CORRETA.


A natureza teórica do saber histórico revela um conhecimento específico produzido pela historiografia, ao passo que o saber histórico escolar se refere ao campo da investigação prática do tempo, dos fatos e do sujeito.


O saber histórico caracteriza o produto da informação veiculada pelas diferentes comunidades e o saber histórico escolar diz respeito somente ao conhecimento produzido no campo da mediação pedagógica.


O saber histórico, concernente ao campo da produção historiográfica e de reconstrução da escrita da história, encontra-se intimamente relacionado com o saber histórico escolar enquanto “epistemologia do fato”.


O saber histórico diz respeito ao campo da pesquisa e produção de conhecimentos sob o domínio dos especialistas e o saber histórico escolar refere-se à reelaboração do conhecimento produzido no campo da pesquisa, a partir da mediação pedagógica professor/aluno.


O saber histórico e o saber histórico escolar fundamentam-se somente na forma das representações sociais construídas pela vivência dos sujeitos no campo educação.

As crianças aprendem imitando os gestos dos adultos; aprendem com a vida e para a vida, e todos os adultos participam da educação contribuindo para que a criança aperfeiçoe suas habilidades. O saber pertence a todos da tribo: é universal porque todos podem e têm direito de acesso a todo o saber produzido pela tribo.

 

A educação do período descrito possui caráter:


paternalista.


difuso.


classista.


realista.


positivista.

A história resulta da necessidade de reconstruirmos o passado, relatando os acontecimentos que decorreram da ação transformadora dos indivíduos no tempo, por meio da seleção (e da construção) dos fatos considerados relevantes e que serão interpretados a partir de diferentes métodos. A respeito das concepções de história, julgue as afirmativas abaixo, assinalando V para as que forem verdadeiras e F para as que forem falsas.


( ) Para os povos tribais, fazer história consistia em recontar, pela imitação dos gestos dos deuses, os mitos e os acontecimentos sagrados.

( ) A superação da visão de mundo sem movimento deu à história, na Idade Média, o reconhecimento de saber científico.

( ) Na Modernidade, a concepção cíclica de história foi substituída pela descrição linear dos fatos no tempo, segundo as relações de causa e efeito.

( ) A historiografia contemporânea faz articulações entre a micro e a macro história, estabelecendo ligações entre a história econômica e o papel dos indivíduos.

( ) A historiografia positivista evidencia uma concepção de história como contradição dialética, confirmando as análises baseadas na infraestrutura e na luta de classes.


Assinale a sequência CORRETA:


V, F, F, V, F.


V, V, F, F, V.


F, F, V, V, F.


V, F, V, V, F.


F, V, F, F, V.