A ESCRITA DA HISTÓRIA: TENDÊNCIAS E DEBATES


Embora o referencial teórico da microhistória seja variado, assim como é o da nova história, existem nela (na microhistória) alguns elementos comuns. Sobre esta questão analise as afirmativas a seguir:

 I - O elemento essencial que identifica os historiadores da microhistória refere-se à questão da escala de observação.

II - A microhistória é assim definida pela escolha de uma análise microscópica de uma dada realidade.

III - Segundo Giovanni Levi “o princípio unificador de toda pesquisa microhistórica é a crença em que a observação microscópica revelará fatores previamente não observados.”

IV - A microhistória é uma vertente da história cultural, que se ocupa de “tramas” individuais, não dando ênfase, portanto, ao social.

Estão corretas apenas as afirmativas:


I, II e III 


I, II e IV


I e II


I, II, III e IV


III e IV

Tendo em vista a obra de Philippe Aries e sua história da infância e da família, analise as afirmações:

I – Durante a Idade Média, as crianças eram vistas como adultos em miniatura.

II – Com o aparecimento das sociedades industriais, a educação infantil passou a ficar a cargo da escola.

III – Nas sociedades industriais, as crianças vão trabalhar junto com os pais.

IV – Os estudos de Philippe Aries podem ser definidos como um tipo de história cultural.

Estão corretas as afirmações:


I e IV


III


I, II e IV


II, III e IV


II e III

Uma das grandes conquistas da Nova História foi ampliar o conceito de fonte histórica e alargar o campo da pesquisa historiográfica, possibilitando que novos temas, por muito tempo considerados insignificantes, viessem à tona. Um conceito muito importante, e ao mesmo tempo caro à historiografia, apareceu com a fundação dos Annales e ressurgiu com todo vigor na chamada “terceira geração” dos Annales. Assinale a alternativa que apresenta corretamente este conceito.


Mentalidades


Apropriação e representação cultural


Circularidade cultural


História material


História eventual

A Escola dos Annales atualmente é definida como um movimento que revolucionou a historiografia, como criadora de uma História Nova (Peter Burke, A Escola dos Annales).

Na base da renovação historiográfica proposta pelos Annales estava:


A defesa intransigente da neutralidade do conhecimento histórico.


A ênfase numa História positivista.


A ênfase no tempo curto e na narrativa.


A adesão ao marxismo-leninismo.


A aproximação com as demais Ciências Humanas e Sociais.

A nova proposta historiográfica dos Annales promoveu, em sua 3ª geração, uma renovação da história narrativa, criticada anteriormente por transcrever o acontecimento como resultado de uma documentação verdadeira. A respeito do retorno da história narrativa, nos anos 1980, e das críticas tecidas pelos historiadores à história estrutural, analise as afirmações abaixo:

I - Por valorizar demasiadamente as continuidades, a história estrutural nega que o homem seja capaz de mudar a realidade.

II - A história estrutural se apega demasiadamente as permanências e ao coletivo, o que acaba a distanciando da experiência concreta, do vivido.

III - Os defensores da narrativa afirmam que a análise das estruturas faz a história se tornar estática e, geralmente, reducionista e determinista.

 É correto o que se afirma em:


III apenas.


I e II apenas.


I, II e III.


II e III apenas.


I e III apenas.

A partir de década de 1980, é possível verificar o surgimento de uma série de "novos" campos, esboços de disciplinas que, em maior ou menor grau, herdaram os temas e problemáticas das mentalidades. Nesse contexto tem destaque a chamada "Nova História Cultural", cujas principais características são:

 

I. A defesa do conceito de mentalidades.

II. Carlo Guinzburg, Roger Chartier e Edward Thompson são historiadores desta corrente.

III. A preocupação com os sujeitos anônimos, com a cultura e com o cotidiano.

IV. A valorização das práticas sociais e a pluralidade cultural das sociedades.

 

É correto o que se afirma em:


III e IV, apenas. 


I, II, III e IV.


II e III, apenas. 


II, III e IV, apenas. 


I, II e III, apenas. 

O termo “História Nova” ou “Nova História” passou a ser utilizado na década de 1980 por historiadores que buscaram uma renovação no modo de se escrever e interpretar a História.

Em termos teórico-metodológicos, qual a definição pode-se atribuir à Nova História?


Uma história estruturalista, voltada para os temas econômicos.


Uma renovação da historiografia positivista, que aborda não só os grandes acontecimentos políticos, mas também os sócio-culturais.


Uma história que privilegia os estudos sócio-econômicos, a luta de classes e os conflitos sociais.


Uma história linear, factual e que aborda os grandes temas culturais.


Uma história que privilegia a interdisciplinaridade, a longa duração, temas relacionados ao cotidiano e às sensibilidades.

O método indiciário foi proposto como um paradigma da microhistória, e baseia-se na observação de indícios, sinais, e detalhes imperceptíveis à primeira vista. Pode-se afirmar que tal método possibilita, principalmente: 


A prática da pesquisa quantitativa e baseada na estatística.


Uma análise minuciosa capaz de encontrar o invisível no visível.


A valorização dos documentos considerados “oficiais”.


Um encontro interdisciplinar entre História e Psicologia.


A ênfase dada à questão da luta de classes.

O historiador Carlo Ginzburg construiu seu método dedutivo de pesquisa, chamado de “paradigma indiciário” ou “método indiciário”, partindo de uma analogia das técnicas utilizadas por Morelli, Sherlock Holmes e Freud, baseando-se de modo pertinente na análise de pequenas pistas ou indícios para se chegar a um diagnóstico. O uso desse método pelo historiador contribui para:


comprovar, por meio da semiótica, o fetichismo do documento.


renovar o conceito de fonte histórica explorando o uso de arquivos médicos para o estudo das antigas civilizações.


utilizar técnicas mais científicas da área médica para comprovar a veracidade das fontes.


reforçar a ideia da narrativa ficcional na história utilizando de pistas e indícios para questionar as fontes oficiais.


ampliar a leitura das fontes revelando detalhes do objeto de pesquisa que permitem reconstruir trocas e transformações culturais. 

Segundo o estudo de Philippe Ariès, a infância começa a ser descoberta na Europa como uma idade específica da vida a partir dos séculos XVI e XVII. Nesse contexto se dá a descoberta do "sentimento da infância" e a afirmação da criança como uma construção social.

Alguns aspectos contribuíram para essa mudança da concepção da infância, dos quais destacam-se:

I - A criança passa a ser vista na sua individualidade, ou seja, o seu modo de ser específico, bem diferente do mundo do adulto.

II - Entre a população mais pobre as crianças passaram a se diferenciar dos adultos no modo de vestir, ao passo que entre as famílias nobres a criança ainda era vestida como um adulto em miniatura.

III - As brincadeiras e jogos passaram a identificar cada vez mais a infância, tornando-se uma atividade do cotidiano das crianças.

IV - A instrução escolar ficava a cargo somente das famílias, de modo que a infância se limitava a curto período para que a criança se tornasse um adulto cada vez mais cedo.

As afirmativas corretas são:


I, II e III apenas


I, III e IV apenas


II e IV apenas


I e III apenas


I, II, III e IV

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