LITERATURA AFRICANA DE LÍNGUA PORTUGUESA
Leia o fragmento que segue:
Esperavam ansiosos pela chuva, que não vinha. Mesmo que chovesse, era já tarde. Compreendia que a situação se tornava cada dia mais difícil e eu tinha que trabalhar de qualquer forma. (...) os olhos escancarados para o céu aberto sem nuvens, donde não caía a chuva. Foi um tempo terrível aquele, para as gentes da ilha. (...) A vila enchia de gente que abandonava os campos sem água. Vinham esfarrapados, magros, com chagas enormes fedendo a podridão. As mães traziam os filhos pequenos à cabeça, em grandes balaios. Paravam à porta dos sobrados e mostravam os cestos de carriço onde se viam olhos gulosos emergindo de carinhas murchas de fraqueza.
(SOUSA, Teixeira de. Dragão e eu. In: CHAVES, Rita (org.). Contos africanos de países de língua portuguesa. São Paulo: Ática, 2009, p.57-58)
Neste fragmento, percebe-se a presença: