LITERATURA AFRICANA DE LÍNGUA PORTUGUESA


Leia o fragmento que segue:

Tocadores, vinde tocar
marimbas, n’gomas, quissanges 
vinde chamar nossa gente
p’rábeira do grande Mar!

Sentai-vos, irmãos, escutai:
precisamos entender
as falas da Natureza,
dizendo da nossa dor,
chorando nossa tristeza.

Ora escutai; meus irmãos:
aquele sol no poente,
vermelho como uma braza
não é sol somente. Não!
é coágulo de sangue
vertido por angolanos
que fizeram o Brasil!

Ouvi o mar como chora,
Ouvi o mar como reza…

Olhai a noite que chega,
veludo negro tecido
de mil pedaços de pele
arrancados a chicote,
ai! Cortados a chicote,
do dorso da nossa gente,
no tempo da escravatura…

(...)

 

Ao ler o fragmento desta poesia de Maurício de Almeida Gomes, pode-se observar:

 




  • A relação fraternal existente entre Angola, Brasil e Portugal, percebida nas boas relações entre estes países.

  • O nacionalismo idealizado, em que são apresentados elementos que descrevem a cor local.

  • A militância política em busca da independência dos países da África.

  • A intenção do poeta em valorizar a cultura nacional, conscientizando o povo a favor de suas lutas, tanto políticas quanto culturais.

  • A descrição do povo angolano, sofrido devido as guerras civis.