LITERATURA AFRICANA DE LÍNGUA PORTUGUESA
Leia o fragmento que segue:
Tocadores, vinde tocar
marimbas, n’gomas, quissanges
vinde chamar nossa gente
p’rábeira do grande Mar!
Sentai-vos, irmãos, escutai:
precisamos entender
as falas da Natureza,
dizendo da nossa dor,
chorando nossa tristeza.
Ora escutai; meus irmãos:
aquele sol no poente,
vermelho como uma braza
não é sol somente. Não!
é coágulo de sangue
vertido por angolanos
que fizeram o Brasil!
Ouvi o mar como chora,
Ouvi o mar como reza…
Olhai a noite que chega,
veludo negro tecido
de mil pedaços de pele
arrancados a chicote,
ai! Cortados a chicote,
do dorso da nossa gente,
no tempo da escravatura…
(...)
Ao ler o fragmento desta poesia de Maurício de Almeida Gomes, pode-se observar: