LINGUÍSTICA TEXTUAL: COESÃO E COERÊNCIA


O trecho a seguir foi extraído do conto “A terceira margem do rio, de Guimarães Rosa”. Leia-o.

 

 

Sem alegria nem cuidado, nosso pai encalcou o chapéu e decidiu um adeus para a gente. Nem falou outras palavras, não pegou matula e trouxa, não fez a alguma recomendação. Nossa mãe, a gente achou que ela ia esbravejar, mas persistiu somente alva de pálida, mascou o beiço e bramou: " vai, ocê fique, você nunca volte!" Nosso pai suspendeu a resposta. Espiou manso para mim, me acenando de vir também, por uns passos. Temi a ira de nossa mãe, mas obedeci, de vez de jeito. O rumo daquilo me animava, chega que um propósito perguntei: "Pai, o senhor me leva junto, nessa sua canoa?" Ele só retornou o olhar em mim, e me botou a bênção, com gesto me mandando para trás. Fiz que vim, mas ainda virei, na grota do mato, para saber. Nosso pai entrou na canoa e desamarrou, pelo remar. E a canoa saiu se indo — a sombra dela por igual, feito um jacaré, comprida longa.[...]

 

 

(Fonte: ROSA, Guimarães. A terceira margem do rio. Disponível em: < https://www.contioutra.com/terceira-margem-rio-um-conto-de-guimaraes-rosa/ >. Acesso em: 24 out. 2018.)

 

Weinreich, Labov e Herzog (2006) propuseram os princípios empíricos para a teoria da mudança linguística, que seriam fatores que desencadeiam o processo de mudança nas línguas. Nas expressões “Cê” e  “ocê”, verificamos o seguinte princípio:

 




  • avaliação

  • encaixamento

  • transição

  • fator condicionante

  • implementação