BRASIL MONÁRQUICO


Leia com atenção.

Em 4 agosto de 1883, o agrônomo holandês Karel Frederik Van Delden Laërne, após uma experiência de seis anos como funcionário do Departamento de Interior em Batávia, Java, cidade onde nascera 38 anos antes, recebeu um encargo diretamente emitido pelo Ministro das Colônias. Ele deveria partir imediatamente da Indonésia em direção ao Império do Brasil. A nova era da navegação a vapor, das comunicações telegráficas e da abertura do Canal de Suez permitiu que Laërne chegasse ao Rio de Janeiro, via Lisboa, em apenas cinquenta dias. Se tal circuito de comunicação e deslocamento (normativa de Haia a Batávia [Jacarta], viagem Batávia-Lisboa-Rio de Janeiro) fosse realizado meio século antes, ele tomaria mais de um ano para completá-lo. A era da ferrovia também permitiu que Laërne realizasse em um prazo relativamente curto o escopo de sua missão. Entre os meses de setembro de 1883 e abril de 1884, ele percorreu as zonas cafeeiras das províncias do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, entrevistando autoridades, exportadores, comissários, banqueiros, cafeicultores. De especial relevo foi sua visita a mais de 40 grandes fazendas, nas quais pôde anotar em detalhes informações relativas à composição da força de trabalho, ao estado financeiro de cada uma delas, aos seus padrões técnicos, à produtividade do solo, enfim, a tudo o que dizia respeito ao processo de trabalho e de produção de café. A capacidade de trabalho de Laërne era realmente impressionante: após regressar à Holanda, em abril de 1884, em menos de seis meses seu relatório já se encontrava finalizado. Em 1885, o livro foi publicado simultaneamente em holandês, inglês e francês.

MARQUESE, Rafael de Bivar. As origens de Brasil e Java: trabalho compulsório e a reconfiguração da economia mundial do café na Era das Revoluções, c.1760-1840. História [online]. 2015, vol.34, n.2, p.108-127.

 

Ao analisar as referências contextuais presentes no texto acima, pode-se afirmar que:

I - A produção cafeeira do Brasil no século XIX foi de tal ordem que despertou a curiosidade e exigiu novas estratégias da concorrência internacional.

II - As vastas extensões de terras, qualidade do solo e a já considerável rede ferroviária ampliavam ainda mais a competitividade econômica do café brasileiro no final do Século XIX.

III - Além das questões estruturais e qualidade do solo, a exploração da mão de obra escrava garantiu um menor custo de produção, portanto favoreceu a consolidação da produção cafeeira brasileira. 

 

As alternativas corretas estão contidas em:




  • II e III apenas

  • I e III apenas

  • I, II e III

  • I apenas

  • I e II apenas