ESTUDOS GRAMATICAIS
Leia, com atenção, o texto a seguir para responder à questão.
“Roráima” ou “Rorâima”, como você preferir. É que, segundo os linguistas, as regras fônicas de uma palavra são regidas pela língua falada. Portanto, não há certo ou errado. Há apenas a maneira como as pessoas falam. O que se observa na língua portuguesa falada no Brasil é que sílabas tônicas que vêm antes de consoantes nasalizadas (como “m” ou “n”) também se nasalizam (aperte o seu nariz e repita a palavra cama. Sentiu os ossinhos vibrarem? É a tal nasalização). Por isso, a gente diz “cãma” - o “ca” é a sílaba tônica e o “m” é nasalizado. Se a sílaba que vier antes dessa mesma consoante não for uma sílaba tônica, a pronúncia passa a ser opcional: você escolhe - “bánana” ou “bãnana”. No caso de Roraima, a sílaba problemática (“ra”) é tônica e vem antes do “m”. Mas aí entra em cena o “i”, que acaba com qualquer regra. A mesma coisa acontece com o nome próprio Jaime: tem gente que nasaliza, tem gente que não. Então, fique tranquilo: se você sempre falou “Rorâima”, siga em frente - ninguém pode corrigi-lo por isso. No máximo, você vai pagar de turista se resolver dar umas voltas por lá - os moradores do estado, não adianta, são unânimes em falar “Roráima”.
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A leitura do texto nos remete à discussão sobre a pronúncia em português de palavras externas à nossa língua (Roraima tem origem indígena). Assim, algumas questões nos trazem à tona, principalmente sobre a discussão da variação linguística, da língua padrão e língua coloquial, pois, como foi estudado, a língua padrão pode ser considerada como “artificial, formal. Suas expressões não jorram espontaneamente da boca ou da mente do falante, do emissor. É uma linguagem pensada, ensaiada, cuidada, que pode ser alterada, modificada, transformada no decorrer do discurso. O interlocutor, na fala ou na escrita, pensa antes de se expressar. Simplesmente cuida da correção da linguagem.
Entretanto, a língua coloquial é a “verdadeira” língua do homem, ser social. É por ela que ele se comunica e se interage na sociedade, ao longo de toda sua vida. É o nível da conversa, independentemente de escolaridade, de grau de instrução. Por mais que haja toda essa variação da língua, ao pronunciarmos, por exemplo, a palavra “Roraima”, devemos seguir a norma culta, ou seja, a regra da gramática normativa.
A partir das informações apresentadas, avalie as afirmações que se seguem.
I. A palavra Roraima manteve-se inalterada na pronúncia ao ser usada no português e apresenta a sua forma original (indígena) ao ser falada em nossa língua.
II. A palavra Roraima sofre alteração da pronúncia em razão de um processo de assimilação em que a sílaba posterior é “contaminada” do som nasal da anterior, como em cama, lama, banana no português.
III. A palavra Roraima, em decorrência da etimologia, assume dupla possibilidade de pronúncia por motivos parecidos com o de outras palavras estrangeiras que ingressam no português.
IV. A palavra Roraima é um substantivo próprio e, de acordo com a gramática, deve ser pronunciada exatamente igual à sua pronúncia na língua de origem.
É correto apenas o que se afirma em: