ESTUDOS GRAMATICAIS


Leia o texto a seguir, com atenção.

 

A primeira República e, em especial, as décadas iniciais do novo regime vêm ganhando crescente interesse e espaço na produção historiográfica brasileira. Dessa forma, muitos são os historiadores, particularmente os que se dedicam à história política e cultural, que têm retomado o período numa chave distinta daquela que o consagrou como República Velha, uma fórmula que certamente merece reflexões, a começar pela constatação de que, não casualmente, foi imaginada e propagada pelos ideólogos autoritários das décadas de 1920 a 1940.

 

GOMES, A. C. A República, a história e o IHGB. Belo Horizonte: Argvmentvm, 2009. p. 21.

 

As interpretações que revisam a primeira República a partir de novos olhares e que se propõem a analisá-la sem o adjetivo “Velha”, tem demonstrado que




  • os baixos índices de alfabetismo e, consequentemente, de participação política durante o período foram os responsáveis pela formação de uma sociedade patriarcal avessa, a qualquer tipo de mobilização política ou reivindicação de direitos.

  • as formas de participação popular iam além das revoltas, motins e greves, que eclodiram em diversos pontos do país, e se expressaram também em associações recreativas, esportivas e dançantes da população negra e pobre.

  • as eleições cumpriram papel importante no período, contribuindo para que ocorresse um revezamento entre os grupos dominantes, sem a necessidade de eles recorrerem a fraudes ou a violências físicas.

  • os ideólogos estado-novistas apontavam o fracasso da República Velha como resultante dos embates pelas tentativas de implantação de um Estado forte e centralizado, logo após a Proclamação da República.

  • as constantes perseguições policiais a negros, que ocorriam principalmente nas grandes cidades, logo após a abolição da escravidão, cessaram a partir da década de 1910, como resultante do movimento que ficou conhecido como a Revolta da Chibata.