De acordo com o trecho abaixo e com as discussões realizadas no Capítulo 8, assinale a alternativa incorreta:
A obra de ficção avulta como modelo por excelência da leitura. Sendo uma imagem simbólica que se deseja conhecer, ela nunca se dá de maneira fechada e completa. Pelo contrário, sua estrutura, marcada pelos vazios e pelo inacabamento das situações e figuras propostas, reclama a intervenção de um leitor, o qual preenche estas lacunas, dando vida ao mundo formulado pelo escritor. À tarefa de decifração, implanta-se outra: a de preenchimento, executada particularmente por cada leitor, imiscuindo suas vivências e imaginação. (ZILBERMAN 1999, 41)
Regina Zilberman insiste na mudança de concepção de uma prática da decodificação e decifração em direção a uma prática do preenchimento.
Como preenchimento de sentidos, tem-se a ideia de complementação, isto é, o leitor completa os sentidos propostos pelo escritor, em uma dinâmica infinita, portanto sempre renovada.
Lendo textos de ficção, o leitor aprende que o sentido total nunca está dado, fechado, definido. É sempre um sentido a projetar, a supor, a partir de seus vazios e lacunas, para depois se confirmar, extrapolar, pela construção de um mundo coerente com o proposto pelo escritor.
A leitura se exerce e se aprende lendo, estando em contato e com o desejo desperto para ela. Longe da concepção comum de que determinada pessoa “gosta de ler” como se tal atributo fosse um dom, um talento, uma vocação, enfim, algo inato, a leitura é a prática e o exercício do texto.
A leitura literária pressupõe que o aluno saiba exatamente o sentido do texto, o clássico.