LITERATURA AFRICANA DE LÍNGUA PORTUGUESA


Aí mesmo é que Bino espiou. Da janela, como tinha a mania, e até costumava espreitar a professora e tudo. Viu Zito mostrar as três balas vazias, amarelas, a brilhar na palma da mão dele cor-de-rosa, e Zeca Silva — esse amigo dos negros, sem-vergonha! — desembrulhar ainda com cuidado, o carrinho de linhas caqui.

 

(...)

 

Devagar, trepando na cadeira, sem barulho, recebeu o bilhete, guardou-lhe bem no calção e pôs outra vez na mão do amigo as três balas vazias, que luziram amarelas na pele cor-de-rosa de Zeca Silva”. (VIEIRA, Luandino. Zito Makoa, da 4ª classe. In: CHAVES, Rita (org.). Contos Africanos dos países de língua portuguesa. São Paulo: Ática, 2009)

 

Estes dois fragmentos foram tirados do conto Zito Makoa, da 4ª classe, de Luandino Vieira. Um retirado mais do início do texto, outro do final. Os termos em destaque no fragmentos representam:




  • A igualdade das raças, por meio das duas palmas das mãos serem rosadas.

  • O egoísmo, pelo fato de Zito ter que devolver as balas à Zeca.

  • A traição, por Bino culpar injustamente Zito de ter roubado as balas de Zeca. 

  • O racismo, quando Zito, o negro, foi impedido de ter amizade com Zeca, o branco.

  • A solidariedade, por estarem dividindo as balas.