LITERATURA AFRICANA DE LÍNGUA PORTUGUESA
Leia o poema SURGE ET AMBULA, de António Rui Noronha,
SURGE ET AMBULA
Dormes! e o mundo marcha, ó pátria do mistério.
Dormes! e o mundo rola, o mundo vai seguindo…
O progresso caminha ao alro de um hemisfério
E tu dormes no outro sono o sono do teu infindo…
A selva faz de ti sinistro eremitério,
onde sozinha, à noite, a fera anda rugindo…
Lança-te o Tempo ao rosto estranho vituério
E tu, ao Tempo alheia, ó África, dormindo…
Desperta. Já no alto adejam corvos
Ansiosos de cair e de beber aos sorvos
Teu sangue ainda quente, em carne sonâmbula…
Desperta. O teu dormir já foi mais que terreno…
Ouve a Voz do teu Progresso, este outro Nazareno
Que a mão te estende e diz-te: — África, surge et ambula!
Com base em seus estudos sobre o autor e a leitura do poema, analise as afirmações que seguem:
I- O poema aborda os problemas contemporâneos, vistos pelo poeta e dirige-se aos africanos adormecidos ao pedir que acordem, vejam e resolvam as suas circunstâncias.
II- Escrito em forma de soneto clássico: quatro estrofes, os primeiros dois sendo quartetos, os últimos dois tercetos.
III- O esquema de rima é o do soneto inglês ABBA/ABBA/CDC/DED.
IV- O poema usa uma metáfora para comparar o progresso tardio e vagaroso do seu povo à uma soneca.
V- A repetição da palavra “Dormes!” Na primeira estrofe e a palavra “desperta” na última fazem o papel de guiar a leitura do poema, que começa dizendo tudo que a África perde, por estar atrasada e termina admoestando, que ela acorde e dizendo-lhe porque é necessário.
São CORRETAS as afirmações contidas apenas em: