LITERATURA PORTUGUESA


Para responder à questão, leia o trecho seguinte, extraído de O Primo Basilio, de Eça de Queirós.

 

Bom Deus, Luiza começava a estar menos comovida ao pé do seu amante, do que ao pé do seu marido! Um beijo de Jorge perturbava-a mais, e viviam juntos havia três anos! Nunca se secara ao pé de Jorge, nunca! E secava-se positivamente ao pé de Basilio! Basilio, no fim, o que se tornara para ela? Era como um marido pouco amado, que ia amar fora de casa! Mas então valia a pena? Onde estava o defeito? No amor mesmo talvez! Porque enfim, ela e Basilio estavam nas condições melhores para obterem uma felicidade excepcional: eram novos, cercava-os o mistério, excitava-os a dificuldade... Por que era então que quase bocejavam? É que o amor é essencialmente perecível, e na hora em que nasce começa a morrer. Só os começos são bons. Há então um delírio, um entusiasmo, um bocadinho do céu. Mas depois! ... Seria pois necessário estar sempre a começar, para poder sempre sentir? E, pela lógica tortuosa dos amores ilegítimos. o seu primeiro amante fazia-a vagamente pensar no segundo!

 

No trecho, o amor é visto, predominantemente, como um sentimento




  • terno e carinhoso, como se pode notar na boa lembrança que Luiza tem do beijo de Jorge.

  • intenso, pois Luiza se mostra profundamente divida entre o amor de Basilio e Jorge. 

  • sofrido, pois Luiza e Jorge sofrem por se amar demais e por não poderem ficar juntos.

  • eterno, pois Luiza não deixa de amar seu marido, Jorge, apesar da distância que os separa.

  • passageiro e frágil, pois, para Luzia, Só os começos são bons.