LITERATURA PORTUGUESA


A questão seguinte baseia-se no poema épico Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, do qual se reproduzem, a seguir, três estrofes.


Mas um velho, de aspeito venerando, (= aspecto)
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando,
Que nós no mar ouvimos claramente,
C’um saber só de experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:
“Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C’uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!
Dura inquietação d’alma e da vida
Fonte de desamparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios!
Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Sendo digna de infames vitupérios;
Chamam-te Fama e Glória soberana,
Nomes com quem se o povo néscio engana.”


Os versos de Camões foram retirados da passagem conhecida como O Velho do Restelo. Nela, o velho




  • critica as navegações portuguesas por considerar que elas se baseiam na cobiça e busca de fama.

  • adverte os marinheiros portugueses dos perigos que eles podem encontrar para buscar fama em outras terras. 

  • abençoa os marinheiros portugueses que vão atravessar os mares à procura de uma vida melhor.

  • emociona-se com a saída dos portugueses que vão atravessar os mares até chegar às Índias.

  • destrata os marinheiros por não o terem convidado a participar de tão importante empresa.