TEORIA DA LITERATURA: A NARRATIVA


Para responder a esta questão, leia atentamente o fragmento a seguir, retirado do texto “A Última Crônica”, de Fernando Sabino.

 

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.  (SABINO, Fernando.  A companheira de viagem. São Paulo: Rocord, 1965)

 

No fragmento reproduzido acima, o autor utiliza a metalinguagem para falar sobre o processo de escrita do gênero crônica. Com base nessas informações e nos conhecimentos que você construiu por meio do roteiro “O gênero crônica e a perspectiva do narrador-repórter no discurso do cotidiano”,  assinale a alternativa que melhor representa qual é a principal característica da crônica no Brasil, no que diz respeito à temática:




  • a musicalidade dos elementos da natureza

  • os flashes do cotidiano

  • lirismo decorrente de aspectos fantásticos

  • a preocupação com a identidade nacional

  • a narrativa de fatos históricos