CAPITALISMO E REVOLUÇÕES NAS AMÉRICAS


Leia com atenção o fragmento a seguir:


Os três séculos da etapa colonial foram superados, no início do século XIX, pelo movimento de independência, inscrito, segundo muitos historiadores, no quadro geral das revoluções burguesas. Nele, as incipientes e débeis burguesias latino-americanas não conseguiram, no entanto, impor-se hegemonicamente ao movimento como um todo. O resultado foi a manutenção da dependência em relação às metrópoles e a concretização de um Estado Nacional desfigurado à testa do neocolonialismo que persistiria daí por diante. (SILVA, 2011, p.16)


Como consequência do colonialismo, a incorporação dos países latino-americanos no sistema capitalista mundial acelerou a dependência político-econômica do subcontinente. Em termos econômicos, se compararmos o colonialismo iniciado no século XVI com o neocolonialismo dos séculos XIX e XX, podemos afirmar que:




  • Ambos foram justificados ideologicamente pela necessidade de expansão do catolicismo por meio da catequese dos nativos que habitavam os continentes atingidos.

  • O primeiro centrou-se na colonização da África e da Ásia pelos países ibéricos, enquanto o segundo teve a América como principal área de domínio das potências europeias.

  • O primeiro visava ao fornecimento de metais preciosos e produtos tropicais, já o segundo buscava conquistar mercados, áreas de investimento e matérias-primas estratégicas.

  • Ambos se desenvolveram no contexto do capitalismo industrial, mas com funções diferentes: o primeiro abastecia de matérias-primas a Europa e o segundo consumia seus excedentes.

  • O primeiro baseou-se no liberalismo econômico, porém o segundo adotou princípios da política mercantilista, por exemplo, o monopólio e o metalismo.