ENADE - FORMAÇÃO GERAL


O trecho a seguir trata-se de um artigo de opinião, publicado normalmente em jornais, revistas e blogs, esse tipo de texto tem como função apresentar e defender um ponto de vista sobre algum assunto relevante para a sociedade. Nele, o autor discorre sobre a questão do racismo e afirma que no Brasil, o racista é sempre o outro.

 

Pesquisas apontam que 97% dos entrevistados afirmam não ter qualquer preconceito de cor

 

Que o Brasil é um país racista não necessitamos de muito esforço para comprová-lo: basta olharmos à nossa volta para constatar a ausência quase completa de negros inseridos no âmbito da classe média. Embora representem, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), metade do total da população, dificilmente nos deparamos com médicos, engenheiros, professores, advogados, jornalistas, escritores, oficiais militares ou políticos negros. A renda média mensal dos negros, mesmo registrando um significativo crescimento ao longo das últimas décadas, ainda equivale a apenas 57,4% da dos brancos.

Mas, antes de tudo, os brasileiros somos hipócritas. Aqui, o racista é sempre o outro. Pesquisas apontam que 97% dos entrevistados afirmam não ter qualquer preconceito de cor, ao mesmo tempo em que admitem conhecer, na mesma proporção, alguém próximo (parente, namorado, amigo, colega de trabalho) que demonstra atitudes discriminatórias. É o chamado “racismo à brasileira” – fruto dileto da cínica e equívoca “democracia racial”, conceito que vem justificando, ao longo da história, a manutenção de um dissimulado apartheid, que segrega a população não-branca à base da pirâmide social. [...]

 

Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2014/09/16/opinion/1410894019_400615.html. Acessado em 03-04-20.

 

No primeiro parágrafo desse artigo de opinião, o autor faz uma constatação sobre o racismo no Brasil baseada:




  • no descaso político em combater a desigualdade socio-econômica.
  • na resistência declarada da classe média em relação a negros.
  • no contraste entre dados demográficos e indicadores socioeconômicos.
  • no alto índice de demprego entre negros no Brasil.
  • na dificuldade de acesso da população negra a serviços públicos.