O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO NAS AMÉRICAS


Leia com atenção o fragmento a seguir:

 

"Os dirigentes decididos a conquistar o poder político, os intelectuais teóricos da liberdade, acorrem necessariamente, em um dado momento, ao descontentamento das massas, à revolução da miséria. Mas, aqui, as massas são - em diversas proporções e segundo os diferentes países - índios, mestiços, negros, livres ou escravos'' (VILAR, s/d, p. 50). Ainda não são um povo, em termos políticos. "Como convencê-los de que formavam parte, junto com a minoria nativa, da mesma 'nação', de uma mesma 'pátria'?" (VILAR, s/d, p. 50). Acontece que o Estado nacional que começava a formar-se emergia como um núcleo de interesses de setores dominantes, geralmente brancos. (IANNI, Octavio. A questão nacional na América Latina, 1988, p.7).

 

O texto de Vilar, citado por Octavio Ianni, apresenta uma visão crítica da formação da nação na América Latina, após sua independência política. A partir do texto pode-se concluir que:




  • A formação do Estado nacional foi liderada por uma elite colonial sem maiores compromissos com a situação dos índios, negros e mestiços.
  • A independência foi alcançada apenas no aspecto político, uma vez que a antiga metrópole (Espanha) manteve o domínio econômico sobre sua ex-colônia.
  • Apesar da formação dos novos Estados ter contato com a participação classes populares, elas não conseguiram manter-se no poder, entregando-o para a elite espanhola.
  • A formação dos Estados nacionais foi realizada sob a liderança da Inglaterra, tornando a elite e o povo simples massa de manobra.
  • As camadas populares não eram capazes de compreender a importância da independência dos territórios colonizados.