INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS


    Quando falamos em leitura e interpretação de textos  é importante lembrar que a produção de sentidos de um texto está ligada ao seu contexto de interação, ou seja, na relação entre autor e leitor.  Esses sentidos atribuídos ao texto resultam de uma retomada de conhecimentos prévios e de valores que são ativados no momento da leitura. A inferência possui um papel essencial na compreensão dos textos, pois consistem em “[...] processos cognitivos nos quais os falantes ou ouvintes, partindo da informação textual e considerando o respectivo contexto, constroem uma nova representação semântica” (MARCUSCHI, 2008, p. 249)

 

 

 Leia os textos a seguir para responder à questão.

 

 

Texto 1

Isto

Dizem que finjo ou minto

Tudo que escrevo. Não.

Eu simplesmente sinto

Com a imaginação.

Não uso o coração.

Fernando Pessoa

 

Texto 2

         E o trabalho, este nosso trabalho de escrever? Meu Deus, como às vezes chega a ser sórdido! Aquele riscar, aquela grosseria do texto primitivo, aquele tatear atrás da palavra desejada e, ainda pior, da combinação de palavras desejada! A guacherie do que sai escrito – tanta beleza que a gente sonhou, depois de posta no papel como ficou inexpressiva, barata e normal! Já dizia tão bem o velho Bilac: “A palavra pesada abafa a ideia leve! – e não é mesmo?

Rachel de Queiroz

Gaucherie – falta de jeito. Do francês gauche: esquerdo; canhoto.

 

 

 A leitura dos dois textos permitem afirmar que:

 

 

 




  • os autores realçam a importância  de se revelar os sentimentos reais vividos e sentidos pelo escritor em seu coração.
  • o sentimento de desapontamento é comum, segundo Rachel de Queiroz, pois o texto produzido não corresponde à luta empregada em sua produção.      
  • o poeta, segundo Fernando Pessoa, deve demonstrar os sentimentos como hipotéticos, embora sejam reais. 
  • o poeta, para Fernando Pessoa, deve buscar o sentimento no coração e reproduzi-lo de forma mais intensa do que ele realmente é. 
  • há diferença visível entre a escrita idealizada e a escrita realizada, na visão de Rachel de Queiroz, pois sempre a idealizada sofre correções para que os sentimentos pareçam reais, o que torna melhor.