Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp115603.pdf> Acesso em 11 jul 2017.
A partir de seus conhecimentos acerca da colocação pronominal, podemos afirmar que:
O poema quer mostrar e criticar o uso da língua coloquial usada pelo professor, aluno e o mulato sabido e glorificar a utilização correta do pronome que, nesse caso, é utilizada pelo bom negro e o bom branco.
A nação brasileira, nesse poema, é responsabilizada pela utilização inadequada da colocação me dá, pois não fazem parte da mesma elite que, por exemplo, o professor, o aluno e o mulato sabido.
A gramática normativa traz como correto a utilização do pronome pessoal do caso oblíquo no início de frases como acontece no último verso me dá um cigarro.
A gramática é responsável por normatizar o uso da língua e, nesse caso, somente o bom negro e o bom branco têm capacidades de utilizar corretamente a gramática de acordo com as regras estabelecidas, principalmente em relação à utilização dos pronomes.
Há uma crítica relacionada à gramática normativa em relação à utilização de dê-me em relação ao que é utilizado pela língua coloquial (me dá), demonstrando que o mais importante é a comunicação efetiva entre os interlocutores.