FORMAÇÃO GERAL XVI


Leio o trecho do conto A menor mulher do mundo, escrito por Clarice Lispector (1998):

 

Entre mosquitos e árvores mornas de umidade, entre as folhas ricas do verde mais preguiçoso, Marcel Petre defrontou-se com uma mulher de quarenta e cinco centímetros, madura, negra, calada. ‘Escura como um macaco’, informaria ele à imprensa, e que vivia no topo de uma árvore com seu concubino. Nos tépidos humores silvestres, que arredondam cedo as frutas e lhes dão uma quase intolerável doçura ao paladar, ela estava grávida. Ali em pé, estava, portanto, a menor mulher do mundo. Por um instante, no zumbido do calor, foi como se o francês tivesse inesperadamente chegado à conclusão última. Na certa, apenas por não ser louco, é que sua alma não desvairou nem perdeu os limites. Sentindo necessidade imediata de ordem, e dar nome ao que existe, apelidou-a de Pequena Flor. E, para conseguir classificá-la entre as realidades reconhecíveis, logo passou a recolher dados a seu respeito (LISPECTOR, 1998, p.36 )

 

LISPECTOR, C. A menor mulher do mundo. In: LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.


O trecho relata a história de um pesquisador francês que encontrou uma mulher de baixa estatura na África Equatorial. A partir do texto e do tema da sociodiversidade é correto afirmar: 




  • O nome Pequena Flor dado pelo pesquisador francês é um exemplo de relativismo cultural, pois ele prioriza suas características físicas.

  • O conto de Clarice Lispector retrata multiculturalismo e o respeito À diversidade entre diferentes povos.

  • O encontro de Pequena Flor e do pesquisador francês mostra que diferentes grupos sociais atribuem compreensões semelhantes sobre um determinado fenômeno.

  • As relações estabelecidas a partir do contato de diferentes culturas são indubitavelmente pacíficas e harmoniosas. 

  • A ação de classificar uma cultura com base apenas em nosso sistema de valores, assim como faz o pesquisador no trecho destacado, pode promover visões etnocêntricas sobre grupos sociais.