A ciência geográfica tem como instrumento de organização espacial o planejamento. Para se planejar o espaço torna-se necessário compreendê-lo e interpretá-lo. Caso contrário, corre-se o risco de um determinado planejamento não se tornar viável e adequado a certos espaços. Nesse sentido, pode-se afirmar que um planejamento aplicado à gestão do meio ambiente em uma determinada comunidade, seja ela rural ou urbana, que privilegie o lugar como ponto de partida para se construir um plano, possa considerar relevante:

  

• A relação local versus global, analisando aspectos que são relevantes à lógica de produção do espaço, cujos elementos externos ao lugar comandam a vida e o cotidiano presente no espaço vivido.

• Apenas os aspectos físicos do lugar, quantificando áreas de mata, disponibilidade hídrica, qualidade dos solos, fauna e ictiofauna locais, como forma de desvendar a lógica natural alheia à interferência humana.

• A organização das relações humanas que são estabelecidas alheias à natureza, que não sofre interferência das ações do homem.

•  As identidades dos sujeitos com o lugar, a afetividade e os modos de vida que fazem parte de sua cultura. Desvendando suas maneiras de ver e interpretar o mundo pode-se compreender a organização do espaço ambiental presente no lugar, o que torna eficiente um planejamento a nível local.

• O mapeamento detalhado do espaço vivido, compreendido como forma estática de se manter relações sociais que não se alteram com o decorre do tempo.