BIOTECNOLOGIA E BIOÉTICA


Leia atentamente o texto abaixo.

Inseminação artificial

O desejo de ter um filho sempre existiu desde os tempos remotos nas fantasias do homem e da mulher. Vários são os fatores que impulsionam o homem a reproduzir-se, como o instinto animal da preservação da espécie, o instinto da sobrevivência que tende a proteger a si e a um grupo restrito (família) constituído para ajudá-lo a sobreviver. Também, a pressão social atua no sentido de promover a reprodução, com a sua unidade básica que é a família como responsável pela segurança essencial à sobrevivência do ser humano. O fato de um casal não conseguir ter filhos era interpretado como um castigo divino desde o início da era cristã e o fato tornara-se indiscutível e irremediável durante quase dois mil anos. A influência de diversas religiões, principalmente da Igreja Católica através do seu dogmatismo, impediram a livre discussão sobre o tema, reforçando a conotação divina à reprodução humana e o conceito da família tradicional constitui a união de um homem e uma mulher e de sua prole, à semelhança da santíssima trindade. Na sociedade contemporânea, a procriação se liga à ideia de felicidade e de êxito pessoal. Nesse sentido, na maternidade e na paternidade existem fortes traços de identidades individuais, como também, sociais dos indivíduos. Diante disso, a descoberta da infertilidade afeta o equilíbrio do casal e a estrutura familiar, causando um problema de saúde pública. Porém, diante da abordagem médica, há contradições a se analisar, visto a infertilidade não poder se caracterizar primariamente como doença que causa danos físicos ou riscos à saúde ou à vida, apesar de envolver muito sofrimento, podendo ser caracterizada como um agravo à saúde.  O desenvolvimento das técnicas de reprodução medicamente assistida veio trazer a possibilidade real de filhos aos casais com problemas de infertilidade. Pode-se afirmar que esta é a solução na esfera médica, porém, a opção social que consiste na adoção, as iniciativas assistenciais ou mesmo as atitudes de assumir voluntariamente a condição de infertilidade, constituem alternativas que não devem ser esquecidas. Entretanto, apesar do auxílio que o desenvolvimento das técnicas de reprodução medicamente assistida trouxe no sentido de realização de um dos mais primitivos desejos humanos que é a reprodução, surgiram também preocupações e questionamentos nas variadas esferas como moral, religiosa, jurídica e principalmente as de natureza ética. A reprodução assistida interfere nos desejos individuais e nas normas sociais no campo da reprodução, casamento e família, além de que sua aplicação ultrapassa a terapêutica individual, quando atinge as gerações futuras nos conceitos de início da vida e de valor da vida humana.

Fonte: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-38292010000600011. Acesso em: 22 nov.2016.

Analisando as informações do texto e considerando seus estudos sobre inseminação artificial, julgue as afirmações a seguir.

I)   A inseminação artificial é capaz de tratar a infertilidade masculina − em casos de incapacidade de ejaculação e de determinadas alterações na qualidade do sêmen − e infertilidade feminina − nos casos de distúrbios de ovulação e de alterações no muco cervical, que impeçam a livre penetração dos espermatozoides no útero, alterações nas tubas uterinas e endometriose.

II)  A referida técnica - Inseminação Artificial ou IUI (Intra-Uterine Insemination) - permite a deposição de espermatozoides diretamente no útero ou cérvix (inseminação intracervical) sem que haja a copulação natural. Tal procedimento é possível por meio da intervenção laboratorial no que diz respeito à capacitação do espermatozoide bem como a indução prévia da ovulação.

III) A inseminação artificial é relativamente simples e não requer cuidados como anestesia ou internação. A deposição do espermatozoide, previamente centrifugado e desprovido do líquido seminal, no interior do útero é possível por meio da introdução de um cateter que percorre o canal vaginal até o orifício interno do colo uterino. A facilidade em desenvolver a técnica está principalmente relacionada ao fato da fecundação ser in vivo, ou seja, a união do espermatozoide com o ovócito II ocorre no interior das tubas uterinas.

IV)  A inseminação artificial é capaz de tratar a infertilidade masculina − em casos de incapacidade de ejaculação e de determinadas alterações na qualidade do sêmen, mas é incapaz de tratar a infertilidade feminina.

A(s) afirmação(ões) CORRETA(S) está(ão) contida(s) em:




  • III e IV, apenas.

  • II, III e IV, apenas.

  • I, II e III, apenas.

  • I e II, apenas.

  • I, apenas.