LÍNGUA PORTUGUESA I
Leia o trecho, a seguir, retirado do capítulo 1 A natureza e distribuição social das modalidades linguísticas.
Nos contextos básicos da vida cotidiana de todos nós, seres humanos, como o trabalho, a escola, o dia a dia, a família, a vida burocrática ou a atividade intelectual, utilizamos textos orais e/ou escritos, para interagirmos com nossos semelhantes. Enquanto que, em algumas situações, como as interações face a face, tais como uma conversa informal, uma aula, uma palestra ou um discurso de político em época de eleições, usamos a modalidade oral da língua; em outras interações, em que o locutor está geográfica, temporal, cultural ou socialmente distante do seu interlocutor, isto é, aquele com quem se fala, é preciso que nos utilizemos da escrita, para que a interação se realize. Portanto, temos ao nosso dispor duas modalidades distintas de uso da língua: a fala e a escrita, que constituem atividades interativas e complementares no contexto das práticas sociais, uma vez que não são comutáveis, ou seja, uma não pode substituir a outra, mas em situações em que não se pode usar a modalidade falada, podemos certamente lançar mão da escrita, para nos comunicarmos.
Considerando essa citação e o estudo realizado a respeito das diferenças entre a fala e a escrita, analise as afirmações a seguir.
I) A escrita é mais importante do que a fala, pois ela é formal, planejada, permite que o escritor procure a melhor expressão para expor seu pensamento. Além disso, o escrito pode reler quantas vezes quiser o que já escreveu, para que cada sentença flua suavemente.
II) Quanto à aquisição das modalidades oral e escrita da língua, podemos afirmar que a fala tem primazia cronológica e é adquirida naturalmente em contextos informais do cotidiano e nas relações sociais que se instauram. Já a escrita é adquirida em contextos formais e deve ser aprendida por um processo pedagógico.
III) Quanto às diferenças funcionais entre a fala e a escrita, podemos afirmar que a fala pode desempenhar todas as funções de que a sociedade precisa, mas a escrita é fundamental para registrar os acontecimentos, armazenar detalhes de documentos. Além disso, ela é valorizada pela necessidade de etiquetagem.
IV) Fala e escrita passaram a ser encaradas levando-se em conta a distribuição de seus usos na vida cotidiana. Para isso, foi preciso que o tratamento das relações entre as duas modalidades deixasse de centrar-se apenas no código linguístico e, assim, elas passaram a ser vistas como atividades não que se opõem, mas que se complementam no contexto das práticas sociais de linguagem.
V) A escrita não pode ser considerada como representação da fala por vários motivos. Primeiro, porque a escrita não consegue reproduzir muitos dos fenômenos da oralidade como a prosódia, a gestualidade, os movimentos do corpo e dos olhos, dentre outros. Por outro lado, a escrita tem elementos significativos próprios, como o tamanho e tipo de letras, cores e formatos. Dessa forma, são práticas de uso da língua com características próprias, mas que não chegam a constituir dois sistemas diferentes.
São corretas APENAS as afirmativas