INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS
Leia o fragmento seguinte, retirado de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga:
I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
que viva de guardar alheio gado,
de tosco trato, de expressões grosseiro,
dos frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
das brancas ovelhinhas tiro o leite
e mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Mar flua bela,
graças à minha estrela!
Eu vi o meu semblante numa fonte:
dos anos inda não está cortado;
Os pastores que habitam este monte
respeitam o poder do meu cajado.
Com tal destreza toco a sanfoninha,
que inveja até me tem o próprio Alceste:
ao som dela concerto a voz celeste,
nem canto letra que não seja minha.
graças, Marília bela,
graças à minha estrela! (GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. São Paulo: Martin Claret, 2010, p. 15)
Todas as características a seguir podem ser percebidas neste fragmento, EXCETO: