No século XVII ocorreu uma revolução espiritual que foi chamada de crise da consciência europeia. Ao opor à ciência contemplativa um saber ativo, o indivíduo não se contentava em “saber por saber”, como um simples espectador da harmonia do mundo, mas desejava “saber para transformar” (ARANHA, 2006, p. 152).
TEXTO II
O valor da ciência moderna não é teorético, especulativo, metafísico, mas empírico e técnico. Tal era também o pensamento do grande fundador da ciência moderna, Galileu Galilei, que afirmava ser o objeto da ciência não as essências metafísicas das coisas, e sim os fenômenos naturais, experimentalmente provados e matematicamente conexos (Disponível em: http://www.mundodosfilosofos.com.br/pensmoderno.htm#ixzz3iVoHE3ol. Acesso em 11/08/2015).
Da relação dos textos acima, é CORRETO inferir que:
o saber contemplativo, revelador das essências metafísicas, polarizou, de um lado, a moral cristã e, de outro, a tendência à laicização, impondo-se como ideal de tolerância.
o valor da ciência moderna, da técnica e da experimentação como fundamentos para a construção do conhecimento e acesso à verdade colaborou com a instituição de um saber ativo voltado para a transformação da realidade.
a nova visão de homem e de mundo gerada no século XVII não modificou as bases do saber que, profundamente contemplativo, revelou as essências metafísicas como objeto primordial da ciência.
o saber contemplativo, profundamente marcado pelas questões de fé, prevaleceu sobre a intenção reformista do século XVII, fortalecendo a tendência da moral e da religião na construção da harmonia social.
ao opor à ciência um saber ativo, a filosofia moderna redimensionou o campo da religião como fundamento para a construção do conhecimento das essências metafísicas das coisas.