TEORIA DA LITERATURA: A NARRATIVA


De acordo com seus estudos do capítulo “Vamos contar um conto?”, analise as afirmações que seguem sobre a diferença entre relato e narrativa:

 

    I.        Para um texto se caracterizar como narrativa, precisa que alguns elementos estejam bem definidos: ambientação, complicação, clímax e desfecho, além da necessidade de narrador, personagens, tempo, espaço

  II.        O relato está associado à apresentação de informações, o que, ao mesmo tempo, nos indica uma característica e uma função do relato. A função é a de informar.

  III. O relato caracteriza-se pela apresentação ou enumeração de informações básicas sobre um acontecimento, ou ainda, sobre um estado de espírito. Assim, o relato deve se preocupar com o registro dos fatos (ou do que supõe serem os fatos).

  IV. Normalmente a narrativa é escrita em primeira pessoa, de forma subjetiva, detalhada, e, em muitos casos, com linguagem coloquial.

São CORRETAS as afirmações contidas em:


I, II, IV.


I, III, IV.


II, III, IV.


I, IV.


I, II, III.

Sobre os tipos de contos apresentados no capítulo “Vamos contar um conto?”, faça a relação correta:

 

(1)              Conto de Ação

(2)              Conto de Personagens

(3)              Conto de Cenário ou Atmosfera

(4)              Conto de Ideia

(5)              Conto de Efeitos Emocionais

 

(  ) O contista oferece ao leitor uma síntese, generalizada, das observações que a vida lhe permitiu fazer acerca dos homens e do mundo.

(  ) O contista centra sua atenção no exame da personagem, mas tendo em mira que deve obedecer à conjuntura própria do conto, quer dizer, sempre o fará no golpe peculiar à narrativa curta e visando a unidade que lhe é inerente.

(  ) A predominância da aventura nessa modalidade de conto não significa absoluta ausência dos demais componentes: estes comparecem, sem dúvida, mas em grau de inferioridade, relativamente à ação.

(  ) O objetivo deste tipo de conto é provocar no leitor sensações e emoções, por isso, é escrito em um clima de mistério e suspense constantes, muitas vezes até causam medo.

(  ) A tônica dramática transfere-se para o cenário, o ambiente, de modo que este quase sempre se transforma no herói do conto. O leitor, por sua vez, experimenta um sentimento análogo ao das personagens.

A sequência CORRETA está em:


2, 5, 4, 3, 1.


3, 1, 2, 4, 5.


1, 3, 5, 2, 4.


4, 2, 1, 5, 3.


5, 4, 3, 1, 2.

O alpinista
de alpenstock
desceu
nos Alpes

O texto acima, capítulo do romance Memória Sentimentais de João Miramar, exemplifica uma tendência do autor de:


Utilizar o poema-piada, para satirizar tudo o que não fosse nacional.


Explorar o poema em forma de prosa, satirizando as manifestações literárias do Pré-modernismo.


Procurar “ser regional e puro em sua época”, negando influencias das vanguardas europeias.


Buscar uma interpretação lírica de seu país, explorando a forca sugestiva das palavras.


Procurar as barreiras entre poesia e prosa, utilizando estilo alusivo e elíptico.

Com base na leitura do livro Memórias sentimentais de João Miramar, analise as afirmações que seguem:

 

I- O romance Memórias Sentimentais de João Miramar representa a primeira tentativa de construção do romance moderno no Brasil.

II- Inserido no projeto modernista, busca desconstruir as bases da forma tradicional da narrativa de ficção.

III- O exercício de desconstrução começa já no prefácio, ele próprio parte da ficção, já que vem assinado por Machado Penumbra, personagem do livro.

IV- Ao final do volume, a informação a respeito do local e data da produção da narrativa é mais um elemento de ficção: “Sestri Levante – Hotel Miramare, 1923”.

V- A história de vida de João Miramar não possui nada de extraordinário. Trata-se de algo proposital, para realçar a banalidade da vida burguesa.

São CORRETAS as afirmações contidas em:


I, II, IV, V.


I, III, IV, V.


I, II, III, IV.


II, III, IV, V.


I, II, III, IV, V.

Morte do Leiteiro (A Cyro Novaes)

 

Há pouco leite no país,

é preciso entregá-lo cedo.

Há muita sede no país,

é preciso entregá-lo cedo.

Há no país uma legenda,

que ladrão se mata com tiro.

Então o moço que é leiteiro

de madrugada com sua lata

sai correndo e distribuindo

leite bom para gente ruim.

Sua lata, suas garrafas

e seus sapatos de borracha

vão dizendo aos homens no sono

que alguém acordou cedinho

e veio do último subúrbio

trazer o leite mais frio

e mais alvo da melhor vaca

para todos criarem força

na luta brava da cidade.

 

Na mão a garrafa branca

não tem tempo de dizer

as coisas que lhe atribuo

nem o moço leiteiro ignaro,

morados na Rua Namur,

empregado no entreposto,

com 21 anos de idade,

sabe lá o que seja impulso

de humana compreensão.

E já que tem pressa, o corpo

vai deixando à beira das casas

uma apenas mercadoria.

 

E como a porta dos fundos

também escondesse gente

que aspira ao pouco de leite

disponível em nosso tempo,

avancemos por esse beco,

peguemos o corredor,

depositemos o litro...

Sem fazer barulho, é claro,

que barulho nada resolve.

 

Meu leiteiro tão sutil

de passo maneiro e leve,

antes desliza que marcha.

É certo que algum rumor

sempre se faz: passo errado,

vaso de flor no caminho,

cão latindo por princípio,

ou um gato quizilento.

E há sempre um senhor que acorda,

resmunga e torna a dormir.

 

Mas este acordou em pânico

(ladrões infestam o bairro),

não quis saber de mais nada.

O revólver da gaveta

saltou para sua mão.

Ladrão? se pega com tiro.

Os tiros na madrugada

liquidaram meu leiteiro.

Se era noivo, se era virgem,

se era alegre, se era bom,

não sei,

é tarde para saber.

 

Mas o homem perdeu o sono

de todo, e foge pra rua.

Meu Deus, matei um inocente.

Bala que mata gatuno

também serve pra furtar

a vida de nosso irmão.

Quem quiser que chame médico,

polícia não bota a mão

neste filho de meu pai.

Está salva a propriedade.

A noite geral prossegue,

a manhã custa a chegar,

mas o leiteiro

estatelado, ao relento,

perdeu a pressa que tinha.

 

Da garrafa estilhaçada,

no ladrilho já sereno

escorre uma coisa espessa

que é leite, sangue... não sei.

Por entre objetos confusos,

mal redimidos da noite,

duas cores se procuram,

suavemente se tocam,

amorosamente se enlaçam,

formando um terceiro tom

a que chamamos aurora.

 

Com base na leitura do texto de Drummond, analise as afirmações que seguem:

 

I- Pode-se classificar esse texto em um poema-narrativo, pois conta uma história com personagem, tempo, espaço.

II- O espaço é a cidade grande.

III- A morte do leiteiro é o retrato de um fragmento de um dia qualquer. O leitor tem a sensação de estar lendo uma notícia de jornal de uma cidade grande que poderia ter a data de hoje, de ontem ou de qualquer outro dia dos últimos 70, 80 anos.

IV- Alta concentração da linguagem: palavras/sentidos/sentimentos: polissêmicos. A morte do leiteiro retratando/denunciando/registrando um fato social, essa palavra, leiteiro, não foi utilizada inocuamente; não foi o padeiro, não foi o lixeiro, não foi o sapateiro, foi o leiteiro, radical: leite, branco/puro/inocente primeiro alimento/vida, e nesse país "Há pouco leite" "e muita sede" "É preciso entregá-lo cedo", mais tarde, pode ser muito tarde.

V- Balançando nas entrelinha o problema da fome, da exclusão, da má distribuição de renda, da desigualdade social..., no país; o primeiro fato social que encontramos no poema.

 

São CORRETAS as afirmações contidas em:

 


II, III, IV.


I, II, III, V.


II, IV, V.


I, II, III, IV, V.


I, II, III, IV.

Sobre a evolução do romance, analise as afirmações seguintes:

I- Na Antiguidade aparecem como poemas líricos, que eram recitados e acompanhados por harpas.

II- Surge na Idade Média com os romances de cavalaria.

III- No Renascimento, surge como romance pastoril e sentimental.

IV- No período Barroco, surge com aventuras complicadas e inverossímeis.

V- D. Quixote inaugura a narrativa moderna, sobretudo pela crítica de costumes ou temática histórica.

 

São CORRETAS  as  afirmações contidas em:

 


I, II, IV, V.


I, II, III, IV.


I, III, IV, V.


II, III, IV, V.


I, II, III, V.

Com base na leitura O tesouro, de Eça de Queirós, assinale a alternativa CORRETA:


Presença de discurso direto.


O tempo e o espaço são caracterizados, a todo momento, como psicológico.


As personagens são redondas.


Narrador observador durante toda história.


Rui, Guanes e Rostabal são personagens figurantes.

O Realismo em Portugal teve início em 1865 com a questão Coimbrã. Nessa época, haviam cessado as lutas entre os liberais e as facções que representavam a monarquia deposta pela revolução de 1820, sendo consolidado o liberalismo. Porém, apesar das mudanças no cenário político e cultural, a literatura portuguesa ainda se encontrava impregnada de velhas ideias românticas e árcades, e o Realismo foi o “esvaziamento” dessas ideias.

 

Das características apresentadas a seguir, assinale a característica do realismo português presente no conto O tesouro:


O autor busca inspiração nas narrativas orais e nas canções populares, manifestação do nacionalismo.


Os sentimentos pessoais do autor em dado momento de sua vida são expressos nas obras.


A narração revela o relacionamento humano, o caráter de egoísmo, ganância, inveja e cobiça.


Exaltação dos valores e os heróis nacionais, ambientando seu passado histórico, principalmente o período medieval.


A melancolia do poeta inglês Lord Byron se faz presente em toda narrativa, portanto há a presença do individualismo e do egocentrismo. 

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