LÍNGUA PORTUGUESA


Machado de Assis afirma em Memórias Póstumas de Brás Cubas:

Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo.

Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000213.pdf Acesso em: 19 fev. 2019.

Quanto ao estudo da morfologia, especificamente das classes de palavras, podemos afirmar que:


As duas palavras em destaque possuem a mesma classificação morfológica, ou seja, ambas são artigos indefinidos.     


As duas palavras em destaque no texto possuem a mesma classificação morfológica, ou seja, ambas são numerais.        


Em "um defunto autor", "um" é numeral cardinal, uma vez que o destaque é para registrar o autor como apenas mais um defunto, um morto.        


Em "um autor defunto",  "um" é um artigo definido, porque Machado de Assis é realmente um autor que faleceu, por isso um autor defunto. 


As duas palavras em destaque possuem a mesma classificação morfológica, ou seja, ambas são artigos definidos.          

Segundo Mamede (2017), grande parte dos adjetivos no grau superlativo absoluto sintético são formados a partir do radical em latim e não em português, são os chamados superlativos absolutos sintéticos  eruditos.

Essa situação é traço apenas da variante culta da língua, por isso a adulteração desses adjetivos por parte dos usuários da língua que desconhecem a norma padrão de uso do idioma.

 

Nas alternativas, a seguir, assinale a opção que traz um exemplo de adulteração realizada com o adjetivo no grau superlativo absoluto sintético  erudito por usuários que ignoram a norma culta:    


Amigo muito fiel./ Amigo fidelíssimo.   


Atitude muito cruel./ Atitude crudelíssima.   


Criança muito magra./ Criança magérrima.     


Café muito amargo./ Café amaríssimo.


Aluno muito sábio./ Aluno sapientíssimo.

Sobre a Língua coloquial, considere:

A língua coloquial é a “verdadeira” língua do homem, ser social. É por ela que ele se comunica e se interage na sociedade, ao longo de toda sua vida. É o nível da conversa, independentemente de escolaridade, de grau de instrução. O habitante de cidade, o doutor universitário, o operário, o trabalhador humilde, o habitante rural, o sertanejo, o analfabeto, qualquer pessoa, ou qualquer ser humano é detentor da língua coloquial. É por meio dela, como já o dissemos, que as pessoas se comunicam na sociedade. As pessoas: qualquer pessoa. (MAMEDE, 2017)

Contraria a definição apresentada acima, o que se afirma na opção:      


O nível da língua que não considera o conceito dicotômico de “certo e errado”. É com base nessa característica que os linguistas proferiram a famosa afirmação de que “na língua não existe erro”.


A quantidade de palavras é limitada. São palavras do quotidiano, de domínio de todos os falantes de um grupo ou de uma comunidade. Mas o necessário para a pessoa se comunicar durante toda sua vida.


A linguagem é pensada, ensaiada, cuidada, podendo ser alterada, modificada, transformada no decorrer do discurso. O emissor, na fala ou na escrita, pensa antes de se expressar.


A língua é produto da racionalidade humana. Antropologicamente, o homem é o animal dotado de linguagem articulada por meio de signos, de símbolos sonoros, produzidos pela voz.


Os animais possuem “vozes”; já o homem, a fala. Mas não é uma voz simplesmente “fisiológica”, decorrente do instinto animal. É a voz codificada pela língua, pelo idioma. Portanto, racional.  

Os sinais de pontuação constituem recursos da língua escrita, e não da língua falada. Uma frase mal pontuada pode gerar confusões, ambiguidades e mal-entendidos. Portanto, esses sinais possuem dupla finalidade: semântica e de orientação de leitura.

Das afirmativas, a seguir, marque aquela que sintetiza essa ideia sem mudar ou alterar o sentido:


O mau emprego dos sinais de pontuação não constitui erro nem sob o aspecto gramatical ou ortográfico, nem de entendimento real daquilo que se deseja comunicar.


O mau emprego dos sinais de pontuação não constitui erro sob o aspecto gramatical ou ortográfico, mas de entendimento real daquilo que se deseja comunicar.


O mau emprego dos sinais de pontuação constitui correção do aspecto gramatical ou ortográfico, assim como do entendimento real daquilo que se deseja comunicar.


O mau emprego dos sinais de pontuação constitui erro só sob o aspecto gramatical ou ortográfico e, não, de entendimento real daquilo que se deseja comunicar.    


O mau emprego dos sinais de pontuação constitui erro não só sob o aspecto gramatical ou ortográfico, mas de entendimento real daquilo que se deseja comunicar.    

Leia a charge:

FONTE: EAD Uniube

No trecho “Público é uma palavra proparoxítona.” Se retirarmos o acento da palavra “Público” o que acontece? Marque a alternativa correta:    


Muda apenas a sílaba tônica, o sentido permanece o mesmo. Quanto à sílaba tônica, a palavra PÚ - BLI - CO é uma proparoxítona, já a palavra PU – BLI – CO  é uma paroxítona, ou seja, o acento tem que ser retirado, porque não existe regra de acentuação para paroxítona terminada em (O).


Muda a classe gramatical, a sílaba tônica e o sentido. PÚ - BLI - CO  é uma proparaxítona e, dependendo da posição que ocupa na frase, pode ser um substantivo(sentido de "plateia") ou um adjetivo(sentido de "do povo"); já a palavra PU – BLI – CO é uma paroxítona, um verbo (sentido de "publicar - divulgar").     


Muda a classe gramatical, uma vez que a palavra PÚ - BLI - CO , dependendo da posição que ocupa na frase, pode ser um substantivo ou um adjetivo ; e PU – BLI – CO será sempre um verbo. O sentido permanece o mesmo, significando tudo o que é "do povo", "da sociedade", "da população em geral".


Muda só a classe gramatical, pois  PÚ - BLI - CO é um substantivo e, ao retirar o acento da palavra, muda a classe gramatical para adjetivo. A sílaba tônica não muda nada, porque o personagem da charge não conhece as regras de acentuação gráfica: PÚ - BLI - CO (proparoxítona) e PU – BLI – CO (paroxítona).


Muda a classe gramatical, PÚ - BLI - CO  é um substantivo masculino e coletivo, porque representa uma coletividade; e PU – BLI – CO é um verbo de primeira conjugação – PUBLICAR, conjugado na primeira pessoa do singular, Presente do Subjuntivo (EU PUBLICO).            

Leia a charge:

Fonte: EAD Uniube

Assinale a alternativa em que as palavras devem ser acentuadas pela mesma razão que “público”:         


forceps – abdomen.      


portuguesa – inglesa.


ancora – impeto.            


magoa – enjoo.


ambulancia – melancia.

Sabemos que as palavras são formadas por elementos mórficos, os morfemas. Nos verbos esses elementos são o radical, a vogal temática, as desinências número pessoais e modo temporais.

Observe os elementos mórficos do verbo VENDER:

VEND - Ê – SSE – MOS

De acordo com os elementos que constituem o verbo, é possível reconhecer as flexões que ele sofreu. Sobre as flexões sofridas pelo verbo, assinale a alternativa correta:

 


O verbo está flexionado no Pretérito imperfeito do Subjuntivo, portanto _MOS é uma Desinência Modo Temporal.


O verbo está flexionado na terceira pessoa do plural, portanto _MOS é  Desinência Número Pessoal.


O verbo está flexionado na primeira pessoa do plural, portanto _MOS é Desinência Número Pessoal.


O verbo está flexionado na segunda pessoa do plural, portanto _MOS é Desinência Número Pessoal.


O verbo está flexionado no Pretérito Imperfeito do Indicativo, portanto _MOS é uma Desinência Modo Temporal.

A atividade a seguir apresenta um padrão de exercício que, normalmente, é proposto em livros didáticos de Língua Portuguesa. Observe:

Leia o texto:

O BOM JUIZ

        Zenóbio era empregado da Limpeza Pública; – exercia tão baixo cargo porque não encontrara de pronto outra colocação e necessitava sustentar uma numerosa família. Trabalhava alegremente, sem se importar com os tolos preconceitos sociais, porque era um desses homens sensatos que pensam, com justa razão, que é o homem que nobilita o emprego, e não o emprego que nobilita o homem. Há varredores honrados, do mesmo modo que há ministros desonestos.

        Um dia em que estava varrendo uma rua pouco frequentada, achou uma bolsa contendo cem mil-réis. Em vez de ficar com o achado, como era honesto, procurou o dono, e tanto fez que o encontrou.

        Mas esse homem, que era um negociante, sovina, avaro e miserável em vez de ficar agradecido, retirou de dentro dez mil-réis, e acusou o varredor de ter roubado.

        Foram à justiça.

       O juiz, um bom, honrado e digno magistrado, ouviu a acusação, e depois a defesa. Em seguida sentenciou da seguinte forma:

       – O comerciante diz que perdeu uma bolsa com cem mil-réis, e que o varredor Zenóbio a achou. Ele, pelo seu lado diz que a entregou sem conferir, tal como a havia encontrado. Ora, como a bolsa contém noventa e não cem mil-réis, que o negociante alega, claro está que não é esta. Assim, mando que entregue a bolsa ao varredor, e deverá pagar ainda por cima as custas.

      Zenóbio ficou muito satisfeito, ao passo que o outro ainda teve que gastar mais dinheiro, para castigo de sua ganância e perversidade. (FIGUEIREDO, Pimentel. Histórias da Avozinha. http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000137.pdf)

ATIVIDADE I

1. Depois de ler "O bom juiz", aponte todos os substantivos simples presentes no texto. Aponte, também,  um substantivo que seja concreto e um que seja abstrato.

2. Há no texto substantivo próprio? Identifique-o.

3. Aponte todos os substantivos primitivos e derivados presentes no texto.

FONTE: Elaboração do autor.

A partir da leitura dessa atividade, é possível afirmar que ela:


Está de acordo com a Gramática Normativa, já que propõe a identificação da classe gramatical e a distinção de algumas de suas classificações.


Está de acordo com as novas propostas do ensino da Gramática, ao propor a análise critica dos usos da Língua Portuguesa.


Está de acordo com a Gramática Escolar, uma vez que propõe a compreensão do sentido do texto, por meio de atividades contextualizadas.    


Está de acordo com a Gramática Reflexiva, que propõe a memorização, defendendo a  ideia de que só aprende quem decora o conteúdo.         


Está de acordo com a Gramática Reflexiva, porque propõe reflexões sobre os substantivos, contribuindo para o aluno interpretar melhor o sentido do texto.               

De acordo com Mamede (2017, p. 55), quando tratamos das dificuldades mais frequentes da língua, abordamos“[...] alguns fatos da norma padrão ou língua culta que, frequentemente, geram confusões, dúvidas e os desagradáveis desvios, eufemismo de ‘erros’. São situações de várias ordens, em especial ortográfica, morfológica e sintática.”

Em relação ao uso dos porquês, associe a primeira coluna com a segunda.

(1) Por que

(2) por quê

(3) Porque

(4) Porquê

( ) É usada para as frases interrogativas diretas e indiretas, no início ou no meio de frase.

( ) É sinônimo dos substantivos “causa”, “motivo”, “razão”, conforme o contexto.

( ) É usada para as frases interrogativas diretas ou indiretas, no fim de frase.

( ) É usada como uma conjunção coordenativa explicativa, como uma subordinativa adverbial causal ou adverbial final.

A opção correta é:          


1, 4, 2, 3.


1, 3, 2, 4.


1, 2, 3, 4.


1, 2, 4, 3.


1, 4, 1, 3.

O OURO DO SÉCULO 21

 

Cério, gadolínio, lutécio, promécio e érbio; sumário, térbio e disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista de nomes esquisitos e pouco conhecidos pode parecer a escalação de um time de futebol, que ainda teria no banco de reservas lantânio, neodímio, praseodímio, európio, escândio e ítrio. Mas esses 17 metais chamados de terras-raras, fazem parte da vida de quase todos os humanos do planeta.

Chamados por muitos de “ouro do século 21", "elementos do futuro" ou “vitaminas da indústria", eles estão nos materiais usados na fabricação de lâmpadas, telas de computadores, tablets e celulares, motores de carros elétricos, baterias e até turbinas eólicas. Apesar de tantas aplicações, o Brasil, dono da segunda maior reserva do mundo desses metais, parou de extraí-los e usá-los em 2002. Agora, volta a pensar em retomar sua exploração.

 

SILVEIRA. E. Disponível em: . Acesso em: 6 dez 2017 (adaptado)

 

As aspas sinalizam expressões metafóricas empregadas intencionalmente pelo autor do texto para


marcar a apropriação de termos de outra ciência pela reportagem.


imprimir um tom irônico à reportagem.


esclarecer termos científicos empregados na reportagem.


atribuir maior valor aos metais, objeto da reportagem.


incorporar citações de especialistas à reportagem.